A VERDADE



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Não sei o que hei-de pensar do novo programa da Teresa Guilherme. Ou melhor, sei. É que aquela primeira frase ficava bem mas era só mesmo se ficasse isolada. Mas isso era se eu não tivesse nada que pensar acerca do grande Momento da Verdade. Ora, uma vez que aquilo é coisa para nos bombardear - a nós, indefesos humanos, alvo fácil de uma televisão manipuladora [principalmente se o telecomando está estragado!] - com toda uma quantidade de informação verdadeiramente imprescindível à minha conduta e formação cívica não posso ter nada que pensar. Tendo em conta que a SIC tem gabado sobejamente o facto de o programa ser um formato de concepção e produção inteira e exclusivamente nacional, algo me leva a pensar que, de facto, um programa de dizquedisse puro como é este não poderia nunca resultar melhor num país que não o nosso, tão habituado a mexericos de cabelereiro, tasca ou café, de tal maneira que agora os pode ter semanalmente na tê-vê, num canal que até é público. Palmas! "Olha, tão o teu vizinho dizque dá o cu e oito tostões por cinquenta mil contos". Pois. Mais português só mesmo o Magalhães.
Entretanto, a verdade verdadeira é que estou a meio de uma overdose Cronenberg, e que há efectivamente qualquer coisa a escorrer-me da boca.
[P.S. é apaziguante começar um post em Terese Guilherme e terminá-lo em Cronenberg e perceber epah nah thank god isto nunca havia de resultar nem mesmo sendo ela a casamenteira e blah blah, nah definitely. Oh, que caralho]

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