Parece que a nova série de Alan Ball (o mesmo criador de Six Feet Under e American Beauty - argumento) embora não tenha chegado ainda à televisão portuguesa, ficando-se pela HBO, sua casa-mãe, não tem andado a provocar alvoroço só em mim. A 1ª série de True Blood, que encontra intérprete para a personagem principal (Soookie Stackhouse) numa enjoativa Anna Paquin (se bem que lá para o fim da temporada o fenómeno tenha felizmente uma certa tendência para se deixar apaziguar) terminou há bem pouco tempo de ser exibida no estados unidos e faz-se munir de uma forte estratégia de marketing. Há cartazes, claro está, mas que partido político, recepção ao caloiro ou bailarico provinciano os não tem? True Blood parte de uma série de oito livros iniciada em 2001 e chamada The Southern Vampire Mysteries, tendo como autor Charlaine Harris, que tal como a série assim recriou, conta a história de uma mulher de 25 anos de poderes telepáticos que se envolve com um vampiro bem catita e que serve à mesa na fictícia povoação de Bon Temps no Louisiana, que, para mal da sua habitual pacatez é abrangida pela aprovação de uma lei que permite a co-habitação e , se possível, convivência de humanos e de vampiros, que vendo aprovada a lei e criado lá prós lados do Japão um sangue sintético vendido em qualquer supermercado como se de uma cerveja se tratasse, sentem liberdade de sociabilização. Há inclusivé bares de vampiros, imagine-se, onde os humanos também podem acessar (sob risco de não mais voltar, sublinhe-se). A juntar à homofobia e ao racismo, os vampiros passam a estar no centro de um novo preconceito; surgem os prós e os contras; os debates; os envolvimentos sexuais e/ou amorosos com humanos, as brigas, os tumultos, as mortes pois. Voltando então ao marketing: por se querer fazer desta ficção o mais credível possível foram criados dois sites norte-americanos concorrentes, respeitantes a cada uma das posições relativamente à nova lei que a série retrata, a American Vampire League a favor das gentes de caninos longos e a Fellowship Of the Sun, contra, não fosse a estrela solar a eterna e destrutiva inimiga de todo drácula. Criou-se ainda um site para promover o inexistente sangue sintético, o Tru Blood.
Por cá, pra meu espanto, começou a circular um spot televisivo insólito - o da Associação de Vampiros pela Cidadania e não achei nada mais conveniente à fase vampiresca que atravesso (diz o meu irmão que todos nós passamos por ela alguma vez na vida). Terá isto que ver com o True Blood? Não fazemos ideia. Talvez seja mais uma peça do marketing em vésperas da chegada da série à nossas transmissões televisivas - muito provavelmente - aliás basta reparar na tag trueblood que acompanha o vídeo que dá o mote no youtube. Por outro lado, tratando-se efectivamente de estratégia marketing parece-me demasiadamente pouco trabalhada, ou bem menos que as propostas dos EUA. Não fazemos ideia. Sabemos sim que ninguém como Alan Ball filma o preconceito, quebra os tabus, desembrulha clichés, e mais uma vez o mostra sem no entanto atingir o patamar alcançado por Sete Palmos de Terra. Digo isto ciente do meu hábito para tanto mais adorar uma série (ou outro pedaço cinematográfico) quanto mais possível seja este - Six Feet Under é tão possível que chega a parecer facílissimo e dificílimo ao mesmo tempo. True Blood não está mal e aguardo a 2ª temporada, embora crente de que poderia adorá-la um pouco mais não fosse aquele desenxabido erro de casting (não se via nada tão irritante desde o Almost Famous, onde, por acaso a Anna Paquin também participa e note-se que nem estava a referir-me a ela em concreto). Mas não deixemos isso invalidar todos os restantes esforços e vitórias. Por exemplo, o seu belíssimo e viciante genérico, a colocar na estante bem aconchegado pelo de Six Feet Under.
Associação de Vampiros Pela Cidadania.
Genérico True Blood:
God Hates Fangs.
I Wanna Do Bad Things With You.
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