De Superficies.



3 COMENTÁRIO(S)
O que me preocupa verdadeiramente n e s t a s entrevistas que Mário Crespo insiste em fazer, anualmente ou quase, a António Lobo Antunes nem é bem o ar altamente baboso do entrevistador ao ler passagens (e, diga-se de passagem, durante toda a restante entrevista), nem sequer a ronha ronha palavreada do costume do entrevistado, de ano para ano, mais crente da divindade da sua escrita (não sou eu, é um anjo), ou tampouco a nimiedade - a um triz da osbscenidade - de palmadinhas recíprocas nas costas de um, nas costas do outro; é mesmo tentar perceber se aquelas camisolas de malha e camisas azul-bebé são, ou não, as mesmas todos os anos.

3 COMENTÁRIO(S):

Camille at: Wednesday, 10 November, 2010 said...

Fazem pandan com os olhos.

DoxDoxDox at: Tuesday, 16 November, 2010 said...

Ninguém quer saber das camisolas.
Palmadas nas costas não são graves se não entram no martírio mastigado.
Esta calma formalizada de Lobo Antunes interessa-me, mas a superficialidade que ensaia reconhecimento equitativo de um ridículo Mário Crespo perante o seu ídolo é a náusea grave que se arrasta durante toda a converseta.
O outro ensaia-se, considera-se, mira-se. Mas pode porque sabe. Digo eu.

Camille at: Tuesday, 16 November, 2010 said...

Atenção, eu gosto imenso do Lobo Antunes; ou melhor, dos livros que ele escreve, a bem dizer.
O problema é mesmo que quando essa calma formalizada de que falas te começa realmente a saber mais a ensaio e a encenação do que a qualquer outra coisa, a tua atenção, inicialmente tão presa à profundidade que se pretendia dali transmitir, acaba por se deixar levar para outros, como direi?, lugares comuns. O das camisolas, por exemplo (a título de sátira, mais que qualquer outro, ahah ;) ).

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