Homens ao Natural.



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São seres cinzentos,
inequivocamente masculinos,
que tanto me enviam
um ramo de rosas
com quatro luas de atraso,
como intentam surpreender-me
ao chegarem de lata
(leia-se carro) último modelo
em que se sentem mágicos.


Seres brilhantes
portadores de uma água de colónia
que lhes anuncia a presença
com quatro primaveras de avanço;
homens ao natural, de rua e risco,
que procuram escapar-se
levando-me a jantar. Posso ingeri-los
antes de caducarem,
mas dão-me indigestão
meia hora depois, e não vale
a pena estragar a noitada.


Mãe Natureza,
tu põe-los ao meu alcance e eu agradeço
tuas sábias intenções.
Mas eu cá fui sempre
inequivocamente feminina,
e ante ti declaro que é cada vez
maior a distância que nos une.



María Sanz 
Tradução de Albino M. 

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