Aborrecem-me as conversas sobre o PIB
E as vantagens em ter um carro a
Diesel
(ou ter
Vodafone para que alguém te ligue)
Começo a não poder suportar o banal iogurte
(porque não lhe acrescentam algo que o mude?)
Porque não fazem iogurtes de
brandy?
Algo com charme e
sex-appeal muito à Hollywood
(como eu)
Como
candy
Envolta em perfume
Dior
Sou mais um produto
Xerox
a que a
Benetton dá cor
jogando vermelhos contra castanhos num subtil combate de boxe
Dizem que o Universo se funda na lei
Dizem... que eu não sei
( É um bom carro o
Saab...)
Para mim Física
Quântica é apenas mais uma expressão romântica
ou outra
matreira e
coleante chufa ditirambica
Sinto isso em mim como sinto o frio na pele
Mas se a pele é cor de laranja nos filmes da
Disney
Porque não terá a Vida sabores de mel com fel e ser fornecida pela Shell?
(este aroma a petróleo é como um vinho cromático)
Sem falar do que é habitual dizer-se de forma volátil
Continuo com a carnificina de palavras com a minha
Parker
(que por acaso é um portátil)
e com um trejeito apático
evito mencionar
lírios e bambus ou outra planta qualquer
(aliás, a minha flor é o malmequer)
Galáxias de bafo húmido formam-se no vidro da minha janela
contra o qual investem cometas de granizo
numa ritmada querela
nada como deixar uma obtusa zeugma navegar à vela
Aconchego-me mais no meu cachecol
Armani
(feito de nylon)
enquanto me abstraio no frio
juízo
retirado de um livro comprado na
Amazon
de que para se ser feliz é preciso ter
money
pondero isso e ligo a
Sony para ouvir a TVI
(enfada-me a
Parker! Vou usar a
Bic...talvez a
Rotring)
MUDO PARA A SIC
as minhas mãos em prece, ao sábio
deus indiano
Ganesh,
ergo
languidamente
e coloco, novamente, os meus sentimentos numa creche
que uma caneta - De Marca! - esboça em linhas torcidas de um azul quente
como uma porcelana Ming
E assim acaba mais um poema no
chat
Com um
ping
E apesar de tudo aquilo que promete
(esta minha
computografia)
Falemos então do PIB
até que nasça um novo dia
Chimu
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