Coisas Primárias.



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Cada vez que, por isto ou por aquilo, ouço questionar a sanidade, a perversidade, a ética, a moral de um professor ou professora - coisa tão em voga nos dias que correm - me vou recordando da minha professora de primária que, padecendo de ocasionais quebras de racionalidade e constantes quezílias com o presidente da Junta, decidiu em belo dia pôr os petizes a simular o derramamento de sobras fisiológicas directamente para a fossa que havia a céu aberto nas traseiras daquela escolinha de pardieiro. Disso fez belas, mas belas fotos, endereçadas à posteriori com afinco ao tal autarca, um provinciano que pelo ar deve apreciar muitíssimo presunto e tremoços ao domingo. Às vezes, ainda me dói o âmago e o estômago de pensar que o Carrasqueira , que até em nome é rude (quase se podia chamar por Carrasqueira ao mesmo tempo que se puxa um escarro), viu certo dia o retrato da pilinha do Nelson, do tutu da Celine, do pipi da Lili. Éramos três.

[ Ela, pediu a reforma. Já não pinta os lábios nem o cabelo. Deve passear a cadela todas as manhãs, mas só a vejo em sábados. Agora ri-se. Mas com um jeito sonso, muito sonso, de quem não sabe bem o que está a fazer - notável ausência de estaleca. Gosto particularmente quando me reencontra na rua e me gaba o sorriso que "é o mesmo" - à parte a passagem dos dois aparelhos ortodônticos. Uma vez, mandou-me com uns tabefes e dois dias de fixação num caderno de quadrículas e lágrimas por eu, no 2º ano, não fazer a mais pálida ideia de que diabo vinha depois do
9999 - Nove Mil Novecentos e Noventa e Nove
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9999 - Nove Mil Novecentos e Noventa e Nove. ]

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