Para os que me conhecem, não seria preciso ser absolutamente perspicaz (ou céptico) para desconfiar à partida de que, como tudo ameaçou, os prometidos posts semanais sobre o que tenho andado a ouvir não teriam essa cadência semanal; para os que não conhecem, esta é uma bela prova de como devem impreterivelmente acreditar naquilo que digo. Uma vez, no início do Outono, a minha avó má, a Nhanha, ordenou ao meu avô-pau mandado, o Nhanha, que envenenasse o cão - Fiel - herança legada pela morte da prima Júlia, «essa regalona», que havia deixado o bicho muito mal habituado de modo que este se recusava a comer tudo o que não fossem bolachas Maria; em dias de sorte lá lhe calhavam umas galletas, em dias de azar comia só porrada; a seguir, enforcou-se a cabra preta que tinha um tumor no cu, e, logo depois - não necessariamente por esta ordem - sem se saber exactamente sob que circunstâncias ou causas, aparece a mula morta. Partilham todos da mesma vala, sita no meu quintal, e ainda há lugar para mais um. «Há sempre lugar para mais um». Ou, na perspectiva funérea do meu pai, "Eles gostam é de nos ver todos a passar-lhe entre as pernas".
UM POEMA DE INÊS MORÃO DIAS
4 days ago
0 COMENTÁRIO(S):
Post a Comment